As vasculites sistêmicas são um grupo de doenças raras. Seu diagnóstico representa um desafio clínico de grande
importância, pois permite um tratamento precoce e direcionado para estas situações potencialmente graves. A
descoberta do ANCA, um marcador sorológico possivelmente específico para as vasculites sistêmicas, produziu grande impacto na literatura médica internacional. Desde então, vários consensos internacionais foram realizados, com o objetivo de padronizar técnicas e difundir conhecimentos atualizados sobre o papel desses anticorpos nas vasculites e outras doenças.
Indicações Clínicas para o exame:
As vasculites sistêmicas são um grupo de doenças raras. Seu diagnóstico representa um desafio clínico de grande importância, pois permite um tratamento precoce e direcionado para estas situações potencialmente graves. A descoberta do ANCA, um marcador sorológico possivelmente específico para as vasculites sistêmicas, produziu grande impacto na literatura médica internacional. Desde então, vários consensos internacionais foram realizados, com o objetivo de padronizar técnicas e difundir conhecimentos atualizados sobre o papel desses anticorpos nas vasculites e outras doenças.
A presença destes dois marcadores está fortemente associada a granulomatose de Wegener (GW). O p-ANCA geralmente corresponde à presença de MPO e são encontrados na poliartrite nodosa microangiopática, na poliangeíte microscópica, na glomerulonefrite necrotizante microscópica e na síndrome de Churg-Strauss. A interpretação do padrão de fluorescência pode variar significativamente entre laboratórios devido a diferenças na qualidade da preparação de neutrófilos, nos métodos de fixação, nas diluições de soro utilizado e na experiência do operador. A taxa de discordância de até 40% tem sido relatada na literatura. Além disso, a IFI não fornece informações sobre o alvo antigênico específico do ANCA.
A presença concomitante de fator antinúcleo (FAN) dificulta a interpretação dos achados de IFI. Sua detecção é uma das principais causas de ANCA falso-positivos. Pacientes com FAN positivo devem ser avaliados com cautela na interpretação dos resultados de ANCA. Para diferenciar os dois padrões é necessária a realização da pesquisa de ANA/HEp2 e ANCA com neutrófilos fixados em formalina. A fixação com formalina previne a redistribuição do antígeno para o espaço perinuclear, levando a uma coloração semelhante ao C-ANCA.
A variedade de anticorpos envolvidos na resposta autoimune exige que sua pesquisa seja iniciada por um teste abrangente, como a IFI. A especificidade antigênica deve, no entanto, ser confirmada por imunoensaios enzimáticos, como o ELISA ou FEIA. Estes testes são particularmente úteis nos casos de ANCA em baixos títulos, na diferenciação de fluorescência atípica de ANCA verdadeiro e na presença concomitante de anticorpos anti-nucleares.
Uma revisão recente do consenso internacional, sugere que a pesquisa destes anticorpos na monitorização terapêutica e no diagnóstico de vasculites associadas ao ANCA (AAV), seja sempre realizada com a associação do teste de IFI e imunoensaio específico para anti-PR3 e anti-MPO. Essa orientação deve-se ao fato de 10% dos pacientes com AAV serem positivos apenas por IFI e 5% serem positivos apenas nos testes específicos.
Referências Bibliográficas
TEXTO TRANSCRITO NA INTEGRA DO INFORMATIVO ELETRÔNICO LABCOM (www.labrede.com.br)
PDF para Download: Anti Citoplasma de Neutrófilos – ANCA